quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Chapada Diamantina, um mergulho interno - Parte 1

Um lugar para: Conhecer a si mesmo, fazer amigos, festejar a vida, interagir com a natureza, encontrar a felicidade.

Assim foi definida a Chapada Diamantina em um dos folders que eu trouxe para casa. Eu ainda estava no início desta viagem, com aquele ceticismo típico da metrópole, quando li essas indicações bucólicas. Ao final, todos esses tópicos tinham sido preenchidos, dia a dia. E hoje, no meu coração e na minha alma ficaram gravadas as memórias dessas paisagens cinematográficas que me encheram de energia, leveza, alegria e força. A Chapada é encantadora em todos os seus caminhos e me tomou completamente!

Geografia e geologia
O Parque Nacional da Chapada Diamantina fica a cerca de 410 Km a oeste de Salvador e compreende os municípios de Lençóis, Ibicoara, Palmeiras, Andaraí e Mucugê. Muitas nascentes brotam ali entre as rochas que resultam em cerca de 35 rios. Muitas das corredeiras tem uma água cor de coca-cola (é sério!), resultado do acúmulo das folhas de tanino na região (descobri finalmente, Paulinha!). Existem várias versões para esta cor, excesso de óxido ferroso, iodo, e outras que, no decorrer da trinha, nos ocorre de criatividade.

Quanto mais você caminha, mais tem a impressão que está dentro do mar, a céu aberto, a seco. A região já foi mar há milhões de anos, assim, é como um mergulho no mar profundo e, ao mesmo tempo, um mergulho dentro de si mesmo. Considerada um chakra da Terra, devido as suas inúmeras formações, é fácil identificar o quartzo rosa em vários caminhos e também as diversas tonalidades de calcitas. Dizem que os geólogos ficam alucinados com o local de tanta variedade de pedras.

Pedras, pedrinhas, pedronas, pedregulhos. Arredondadas em sua grande maioria. Descobrimos que tem até uma musiquinha, algo assim: "Na chapada diamantina tem que saber andar, tem que ter cuidado para pisar"...

Lençóis - a cidade principal
Mais cosmopolita que São Paulo/SP, nas ruas de pedras da pequena Lençóis vemos turistas do mundo inteiro. Muitos habitantes deixaram suas cidades (princialmente as grandes) e foram morar lá (até eu sonhei com isso enquanto estive lá!).

A Chapada te arrasta para dentro de suas rochas, te chama docemente dentro das grutas, te sopra para cima de seus cumes, te inspira em cada passo.

Uma curiosidade, no primeiro dia de chegada, fomos dar uma volta na cidade e queríamos almoçar mas todos os restaurantes estavam fechados, todos. Paulinha e eu achamos super estranho. Depois descobrimos que eles abrem apenas à noite. E porquê? Os turistas passam todo o dia em trilhas e só retornam a noite para jantar. Enfim, encontramos uma portinha aberta, e tinha A comida caseira que queríamos!

A viagem
Conheci a Paulinha no Carnaval de 2004, era meu primeiro trekking. O destino era Itararé/SP, uma cidade que fica na divisa com o Paraná e que tem canyons e cavernas. O ponto de encontro para a saída para Itararé era no Centro Cultural de São Paulo. De lá mesmo, já saímos conversando durante todo o caminho e, quando chegamos no hotel, foi anunciado que ficaríamos juntas na suite dupla. Dada a sintonia, todos achavam que éramos amigas de longa data. Amigas desde então, fizemos vários outros trekkings e neste ano, inventei de querer ir para a Chapada. Ela faz aniversário em Setembro, sempre viaja nesta época e concordou em ir comigo. Começamos a planejar a viagem em julho, tirei 20 dias de férias e embarcamos para Salvador no dia 21 de Setembro, uma 6a. feira, por volta das 13h.

Chegamos em Lençóis por volta das 5h30 da manhã de sábado, êta lugar longe, fim de mundo! Lençóis nos recebeu com uma forte chuva, muita neblina eum friozinho. Ficamos apreensivas! Já pensou fazer um trekking de 6 dias só com chuva? Afe!

O hotel
Ah, o hotel! Apesar de não conseguirmos aproveitar muito, o que foi uma pena, o hotel Canto das Águas foi uma das melhores partes de se chegar naquele tempo horroroso e deparar com um lugar tão maravilhoso, aconchegante e perfumado como aquele. Nunca tinha visto uma arquitetura tão em harmonia com a natureza, uma beleza rústica tão atraente e aquela fragrância de cedro por todo o hotel, inclusive em nossa suite, que me levitou. Como nosso primeiro passeio seria no final da tarde, para ver o pôr-do-sol, tomamos um café da manhã maravilhoso e fomos dormir. Detalhe: de cobertor. Acordamos às 12h30, morrendo de calor, com um sol ardente lá fora e um céu azul infinito.





3 comentários:

Marilia disse...

Olá Monica, vim conferir o endereço e me deparei com belas colocações sobre a Chapada. Bárbaro passeio! Bom retorno ao trabalho, abraço

Luís Fernando disse...

Uau! Vc conseguiu me fazer viajar por onde esteve... Que legal!
E que a Parte 2 !=)

Dos abraços, um viajado pra vc!

Unknown disse...

Amiga de sempre e para sempre,

Precisamos conversar sobre essa viagem, mergulhei em sua envolvente narrativa e fiquei cheia de vontade ,quero conhecer a Chapada Diamantina. Eu quero....

bjs